Contos, reflexões, ensaios... tudo em prosa. Com um generoso toque de sentimentos.

sábado, 24 de outubro de 2009

Acerca do suicídio.

Meus pensamentos sobres suicídio mostravam-se, até então, apenas indagações incipientes. Às vezes imaginava-me morto, porém nunca houve êxito, já que sempre estive em um canto, observando meu velório e enterro.
Ultimamente, confesso, surgiram em mim certos impulsos suicidas assustadores, visto que são concretos. Penso que a inexistência impossibilitaria todo o sofrimento.

Kant diz que a inexistência é menos perfeita que a existência. Uma casa com calefação seria melhor que uma casa inexistente, não seria isso ilógico? A casa não existe: não é mlehor que alguma casa com ou sem calefação.

O suicídio vai além do fato de existir ou não, porém a inexistência oferece-nos conforto tal que a dor da morte compensaria o fato de livrar-nos das frustrações e mágoas, inerentes a quem padece a condição de existir.

Suicidar-se, contudo, implica o fato de aplicar a quem amamos um sofrimento maior. A morte gera sofrimento aos outros.

O suicida é, além de tudo, um ser egoísta. Desprendido de condenscendência ao próximo, o suicida atingi o grau mais complexo aos que existem: a inexistência.

Para atingir a inexistência é preciso coragem para gerar sofrimento. É preciso coragem para desprender-se dos prazeres mundanos. É preciso coragem para suportar a dor da morte em si mesmo. Para si mesmo.

É incômodo morrer? Prega-se o bem comum que sim. Tal pregação causa-nos a covardia do suicidio.


Ademais, existe a esperança. A esperança trás-nos a porta: viver é bom. Existir é bom.

Um comentário:

Camile disse...

Meus pensamentos suicidas sempre terminam em: não, eu vou dar um jeito. Mas eu acho que nunca concretizei um desses pensamentos mais por medo do que por não querer ver as pessoas sofrendo... Deus, como eu sou egoísta! XD


Saudades de vc!