Contos, reflexões, ensaios... tudo em prosa. Com um generoso toque de sentimentos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Da morte.

Eduardo comparava a morte como perder um objeto.
Nunca havia perdido uma pessoa. Era difícil a aquisição de que toda e qualquer pessoa um momento iria perder-se por aí.
- Mas na morte ninguém se perde, Eduardo. Quando se perde algo ainda há a vã esperança de achá-la. E sentimentos por pessoas são deveras mais fortes e estamos mais acostumados com pessoas que com objetos que haverão de serem respostos.

Como falavam de sua insensibilidade. Até que morreu, de forma trágica, um amigo.
Naquele exato momento a insensibilidade mostrou-se mais clara: Nenhuma lágrima fora expelida. Não que a perda tenha sido fraca, ou que não o havia impressionado.
É que nunca fora tão apegado, e conseguia, em seu cetismo, acreditar que a morte era a melhor das opções. Não que a exterminação seja a melhor coisa, nem era desgostoso com a vida... Apenas achava que fazia parte, e julgava-se maduro por assimilar tal nível complexo de compreensão.

Depois de mais algumas experiências sofisticou-se seu pensamento acerca da morte: 'morrem as pessoas para que não enjoemos delas'.
- Ai, Eduardo... Eu não me enjoaria nunca de certas falecidos amigos. Acho que cada pessoa é única e representa um alicerce para a base de todo os seres humanos. Cada pessoa é sustentada por todas as pessoas a qual relacionou-se, e assim faz-se a personalidade.
- Mas então a personalidade já está feita. Ainda existe a memória amigos, tudo que aprendemos está guardado. E que coisa mais enojante é aprender sempre a mesma coisa? A personalidade sempre precisa aperfeiçoar-se mais, portanto e preciso novas pessoas.

Não adiantaria, ninguém o entenderia. Digo que é sorte a dele. O escritor gostaria muito de pensar parecido como Eduardo. Sofrer por motivo de morte é doloroso.

2 comentários:

B disse...

É possível entender o Eduardo, mas acho que ele perde muita coisa seguindo esse pensamento. Acredito que todas as emoções, até mesmo a dor que a morte de alguém nos causa, são válidas. Obviamente não é bom, entretanto tem que ser vivido. Afinal, se fossemos tão insensíveis, seria uma existência completamente vazia... e qual a graça disso?
Há pessoas que parecem não se abalar, como se a ficha não tivesse caído ou como se não desse muita importância... às vezes acontece comigo. Mas sempre haverá uma reação, em algum tempo, algum plano, de algum modo. Enfim... merdas acontecem, e não podemos fazer mais do que sofrer, infelizmente... chamamos isso de viver. =\
=*

B disse...

Como assim quem sou eu? o.O